27 setembro 2009

Cansada

De meias palavras.
De vou mudar e nunca muda.
Cansada de acordar cedo todos os dias.
De ir trabalhar.
De voltar.
E de no fim não fazer nada.
Cansada das promessas não cumpridas.
Das palavras não ditas.
Das desculpas esfarrapadas.
Cansada de esperar sempre com um sorriso no rosto.
De ser Madre Tereza de Calcutá.
De sempre perdoar.
Cansada de ser a única que preocupa.
Cansada do pó compacto que não tapam mais as lágrimas.
Do batom que não tampa a vergonha na cara.
Cansada de promessas de paz falsas.
De armas descarregadas.
E das armas que ferem mais.
Cansada de tudo, de todos, e de nada.
De roupas amarrotadas.
E do vento, que não quer mais soprar (e que espera outro fazer algo em seu lugar).
Cansada do não feito. Do não dito. Do sentido.
Do sentido que a vida tem e do que as pessoas querem dar.

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